Dos pedidos que fazemos a Deus, tenhamos a certeza disso, nenhum fica
sem resposta. Embora, em muitas ocasiões, nos perguntemos se, de
facto, a Divindade nos ouviu, se pensarmos bem, não nos é lícita tal
dúvida, posto que a própria natureza de Deus _ Omnipotente e
omnipresente _ lhe não permitiria o contrário.
Então, hão-de questionar os mais afoitos, por que razão, em certos
momentos da vida em que lhe dirigimos determinadas rogativas, parecem
estas terem sido ignoradas, já que nenhuma manifestação palpável
parece indicar que foram, de qualquer modo, tomadas em conta? Qual o
motivo que leva tantas pessoas, devotas e contritas, a afirmar diante
da imutabilidade dos factos em relação a que experimentaram a sua fé,
"Eu não me cansei de pedir a Deus, porém, Ele não me ouviu!"
Renunciemos, por alguns momentos, ao nosso diálogo com o Todo
Poderoso, e conversemos um pouquinho com os nossos botões:
_ Haverá dificuldades na comunicação?
_ Sim, certamente elas existem.
_ Então, o Pai do Céu, Criador dos Universos infindáveis e das leis que os
dirigem, não consegue registar os nossos anseios, frequentemente debitados em
altos gritos, apesar de todas as suas divinas características?
_ Isso não! Tal surdez do Criador não é aceitável.
_ Nesse caso, devemos aceitar que Ele nos ouve?
_ É a única saída possível, pelo menos se não quisermos retirar a Deus
a simples capacidade de escutar os seus filhos.
_ Se Lhe é dado aperceber-se das dificuldades das suas criaturas será
que não tem poder suficiente para responder às solicitações delas?
_ Deus possui todo o poder! O que não é fácil de explicar é o
seguinte: Tendo o Pai todo o poder do universo, por que não satisfaz
todos os pedidos que lhe fazem os seus filhos?
_ Talvez pelas mesmas razões que nos levam a não satisfazer todos os
pedidos que os nossos filhos nos dirigem...
_ Mas os nossos filhos são crianças! Não sabem o que é o melhor para
eles! Às vezes, pedem-nos coisas que lhes fariam mal! É nossa
obrigação, enquanto pais, protegê-los da sua própria ignorância!...
_ Tudo isso está absolutamente correcto. Aliás, tão absolutamente
correcto que a nossa alma só pode ter copiado tal forma de agir do
nosso próprio Pai Divino, o qual sabe muito bem que, constantemente,
lhe pedimos coisas que não estamos preparados para ter. Ele,
entretanto, por ser muito melhor educador do que nós, sabe
compensar-nos de forma a que, quando requeremos algo acima – ou abaixo
- do que nos pode ser prodigalizado, não nos outorgando exactamente
aquilo que queríamos , dá-nos algo tão ou mais proveitoso do que o
inicialmente solicitado.
_ Que dizer, perante essa argumentação, do caso da criança que,
doente, roga pela própria saúde e acaba por falecer, deixando parentes
e amigos tristes e, frequentemente, revoltados?
_ Dir-se-á que tudo isso tem uma explicação clara e plausível ao
raciocínio quando este se atreve a estudar as leis universais que
regem a existência da alma. Acrescentar-se-á ainda que, quando falta
tal disposição para o estudo, restará a fé que transmitirá a todos o
conforto e a sabedoria necessários para continuar a viver com coragem
e sem revolta.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
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