quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Diante da depressão, trabalhe

Pode até parecer um tanto desapiedada, esta recomendação de trabalhar
quando nos encontramos deprimidos... "Mas, afinal", argumentarão
alguns, "Eu estou em depressão porque me encontro doente, ou
desempregado... como é que vou trabalhar... isso queria eu, mas não
posso!"
Pois, muito bem, terão toda a razão – dentro do seu ponto de vista –
aqueles que assim argumentarem; todavia, se me derem uns minutinhos
mais do vosso tempo, procurarei esclarecer o sentido da recomendação
que dá título a esta nossa conversinha...
Quando me refiro aqui ao trabalho, não falo somente do trabalho
braçal ou intelectual que poderemos fazer, sendo justamente
remunerados, a fim de suprirmos as necessidades da subsistência ou as
da auto realização. Falo aqui, também, do trabalho como atividade
permanente em diversos campos da existência.
Vejamos um exemplo: se a pessoa está desempregada, e acha-se
deprimida por causa disso, mandá-la trabalhar pode parecer até
brincadeira ou sadismo... Contudo, trata-se aqui do trabalho de a
pessoa desempregada se manter ativa. Seja a procurar emprego sem
desfalecimento, seja a buscar oportunidades de formação que a
qualifiquem melhor para o mercado de trabalho, o importante é que o
indivíduo em causa não se prostre, pensando que mais nada poderá
realizar por si mesmo ou pelos outros.
Aliás, a propósito de realizar alguma coisa pelos outros, por
estranho que pareça, esse é um trabalho ao alcance – seja dos
desempregados, seja dos doentes – por muito mal que se sintam, física
ou psicologicamente. É que, uma palavra de incentivo ou um exemplo de
Boa Vontade, vindos de alguém debilitado – pela enfermidade ou por
outro infortúnio qualquer – tem, muitas vezes, um efeito muito maior
do que as mesmas palavras ou exemplos dados por uma pessoa que se ache
equilibrada ou tranquila...
Quantas vezes nos não deixamos impressionar positivamente pela
recomendação do aleijado que nos incita a não perder a esperança e
prosseguir lutando? Quantas vezes nos não deixamos comover pelo
sorriso do doente que esperávamos encontrar choroso no hospital onde o
fomos visitar? Quantas vezes nos não surpreendemos à frente da palavra
de bom ânimo vinda da boca de alguém que possa ter visto a sua vida
"engolida" pelos mais variados dissabores?...
Então, insisto; diante da depressão, trabalhemos! Busquemos a
atividade construtiva e inspiradora, a fim de servirmos de exemplo aos
que, a nosso lado no caminho da vida, se possam ver na contingência de
estarem tão ou mais deprimidos do que nós mesmos. É que, se agirmos de
modo desesperado ou ausente – como quem está cansado de viver –
estaremos a dar um mau exemplo e a comprometer ainda mais a nossa
vida.
Ora, se é o caso de você viver uma situação difícil, entre fazer
reclame à inércia caraterística dos que perderam todas as esperanças
ou procurar encarnar a vontade decidida, conquanto equilibrada, de
seguir em frente; prefira a segunda hipótese e trabalhe por ela! Tal
procedimento vai abrir caminho a si e a muita gente que possa querer
seguir os seus passos...

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