terça-feira, 4 de setembro de 2012

Evite dizer que não

Tudo vibra. Os nossos pensamentos, as nossas palavras, as nossas
acções; até mesmo aquilo que, em segredo, no mais íntimo da alma,
deliberamos executar... tudo vibra na verdade e toma forma no campo
invisível, mas indiscutivelmente real, onde se constroem, tanto as
mais sublimes ideias, quanto as mais odiosas maquinações.
Perante isto, devemos ter em consideração que até os cientistas
costumam afirmar que o Universo pulsa entre o positivo negativo; entre
o negro e o branco; entre o calor abrasante das estrelas e o gelo
glacial das recônditas paragens do vácuo escuro. Não raciocinam,
actualmente, os nossos computadores sobre um sistema matemático
baseado em decisões entre não e sim, "0 e 1?
Pois bem, então, se assim é, e não querendo esquecer os incontáveis
matizes que pululam entre a mistura de todas as cores e a total
ausência destas; não ignorando que entre o esplendor do meio dia e a
escuridão das noites mais desoladas existem as claras horas da manhã e
os fulgurantes momentos do pôr do sol... sim, sem incorrer nesse
lamentável desvio, é preciso reconhecer que a existência dos extremos
também serve para nos lembrar que ao insistirmos em caminhar pelas
veredas que a eles conduzem, estaremos a insultar o constante trabalho
de Deus que sempre nos encaminha para as inefáveis virtudes da
harmonia.
Não seria lícito, obviamente, deixar para trás as palavras de Jesus,
quando nos ensina no seu Evangelho "devereis dizer sim, quando é sim,
e não quando é não!" Mas aqui, o "sim," aplica-se à necessidade de
saber reconhecer e aceitar, dizendo sim, aos apelos abençoados do
Amor, da Justiça, da compaixão, e de todos os valores de que o Cristo
é exemplo; e o não está ligado à veemente recusa, que sempre devemos
exercitar, relativamente a tudo o que de tais predicados nos afaste.
Fora isto, tenhamos cuidado no uso da negatividade!
Entrando agora no assunto que verdadeiramente queremos tocar, não é
possível passar ao lado da realidade de que vivemos numa sociedade que
nos tem incutido impiedosamente um omnipresente sentimento
negativista. Experimentamos quase constantemente uma vontade
irresistível de ostentar a nossa negatividade: "isso é muito difícil,
agora não me apetece, sinto-me demasiado triste, ninguém reconhece o
meu valor, não podem avaliar o meu sofrimento, nada mais há a
fazer..." Quantas frases conseguiria você acrescentar a estas, na
exemplificação do extravasar do fel que escorre, tão pouco raramente,
das nossas palavras? Ora, é a este tipo de "nãos" que nos referimos
quando dizemos que é impreterível evitar, o mais possível, afirmá-los;
mesmo que seja "apenas" através do pensamento!
É que, como já afirmamos nesta página, tudo vibra, e a vibração da
negatividade atrai para a nossa vida tudo o que nos atrasa! Enquanto
insistirmos em evocar o passado negativo, não poderemos construir um
futuro de positividade; se levarmos a vida a lamentar-nos dos erros
perpetrados, não alcançaremos tão cedo a felicitação dos acertos; ao
nos intoxicarmos de sentimentos de culpa, adiamos as melhores
possibilidades de perdoarmos as próprias faltas... Evitemos, pois,
alijar a vibração de todo e qualquer estado de espírito que nos iniba
de construir algo de bom! Quando não edificamos algo de benigno, de
útil, de elevado... estamos realmente a dizer _ mais do que isso, a
gritar _ Não! Não! Não!... Neste contexto diremos que viver é saber
dizer Sim!

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